Blog do Paulus: Guia Definitivo sobre Radiação e Proteção Ultravioleta

Guia Definitivo sobre Radiação e Proteção Ultravioleta

Artigo escrito por Paulus Maciel. Direitos reservados.

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Enquanto isso, boa leitura!

Objetivo

O objetivo desse artigo é ajudar tanto o consumidor final quanto o profissional óptico no entendimento sobre radiação ultravioleta, seu espectro real e fatores de proteção definitivamente ideais para a lentes de óculos.

Com o entendimento sobre radiação, suas faixas e fatores de proteção consumidores e profissionais terão mais informação e argumentação para exigir lentes eficientes.


Radiação Ultravioleta - Definição


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Segundo a OMS, Organização Mundial de Saúde, ultravioleta faz parte do espectro de radiação emitido pelo sol. O espectro de radiação UV é dividido em:

  • UVC que vai da faixa dos 100 aos 280 nanômetros. 100% bloqueados pela camada de ozônio da atmosfera.
  • UVB que vai da faixa dos 280 aos 315 nanômetros. 
  • UVA que vai da faixa dos 315 aos 400 nanômetros.
Gráfico que mostra a faixa nanométrica da radiação ultravioleta





A partir dos 400 nanômetros começa o espectro de luz visível começando pelo curtíssimo comprimento de onda da cor violeta. Observe na imagem abaixo a escala nanométrica do espectro visível das cores.












Um exemplo prático que o UV e a cor violeta estão na sequencia é quando projetamos luz violeta a 405 nanômetros numa lente fotossensível e observamos seu escurecimento. Isso significa que as lentes fotossensíveis começam a escurecer no limítrofe entre o UV e o espectro da cor violeta. Assista o vídeo abaixo e confira.

Ainda sobre o ultravioleta...

Os índices UV e suas respectivas faixas nanométricas acima citadas foram classificadas em 2009 pela IARC, Agência Internacional de Proteção contra o Câncer.
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Tanto a radiação UVA quanto UVB atingem as pessoas e podem causar danos a saúde em casos de superexposição, portanto seus devidos filtros devem ser ofertados a população.

A Organização Mundial da Saúde também lembra que uma breve exposição a radiação UV pode ser benéfica a saúde pois contribui para que o organismo produza vitamina D.


Classificação das faixas de radiação ultravioleta segundo a Organização Mundial de Saúde












Radiação UV - Medição do Ambiente

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A partir do ano de 1995 o índice UV é utilizado como parâmetro para alertar sobre a intensidade de radiação UV nas localidades promovendo assim o encorajamento da população pela procura por proteção adequada.

O índice UV e sua orientação de uso foram desenvolvidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Meteorológica Mundial (OMM), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Comissão Internacional de Proteção contra a Radiação Não Ionizante (ICNIRP).

Baseado nas informações da OMS o Blog do Paulus gerou uma tabela explicativa sobre o índice UV, suas escalas e recomendações mínimas de proteção.















Radiação UV - Fator de Proteção Ideal Versus Normatização

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Produtos com fator de proteção solar (FPS) podem ser facilmente encontrados em filtros de aplicação dermatológica, porém essa nomenclatura relativa a proteção não é considerada suficiente quando abordamos a saúde dos olhos, portanto caso o consumidor encontre alguma nomenclatura FPS associado a lente de óculos (PFS-O por exemplo), trata-se de uma abordagem específica de algum fabricante com a finalidade de explicar sobre benefícios de uma determinada linha de produtos. Em suma, oficialmente a proteção UV para lentes de óculos é medida em nanômetro. 

Quanto a proteção para a saúde dos olhos, o filtro considerado ideal é o que protege 100%. Lentes para óculos de sol e lentes incolores precisam ter máxima proteção ao usuário. A pergunta é: qual fator nos leva a conclusão que uma lente possui máxima proteção UV?

Existem duas abordagens para o debate sobre proteção UV máxima para lentes de óculos:
  • Normatização
  • Recomendação de base científica
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A bem da verdade deveria haver apenas uma abordagem, isso é, a normatização deveria seguir a risca as recomendações de base científica de maior credibilidade mas infelizmente existem divergências no Brasil. A divergência ocorre porque a normatização brasileira não segue a recomendação da Organização Mundial de Saúde. Vou explicar. 

A Organização Mundial de Saúde (OMS), o Food and Drug Adminstration (FDA) e a Agência Espacial dos Estados Unidos (NASA) em conjunto com renomados cientistas consideram que o espectro da radiação ultravioleta termina em 400 nanômetros, portanto 100% de proteção ultravioleta é obtida quando o filtro cobre 100% da faixa nanométrica da radiação (400 nanômetros). 

A Comissão Internacional de Iluminação (CIE) considera que o espectro da radiação UV vai até 380 nanômetros (ou 400 nanômetros dependendo do padrão).

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Os institutos de normatização (em sua maioria privados) se baseiam nas classificações internacionais para a criação da normativa que irá estabelecer os critérios de proteção UV que os fabricantes de lentes devem ter como referência. Aí que vem a divergência maior, pois como existem duas "posições" relativas ao término da faixa nanométrica do UV (380 e 400) alguns fabricantes produzem seus produtos com proteção a 380 e outros produzem com proteção a *400 nanômetros, seguindo assim a recomendação da OMS. 
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A normatização brasileira (NBR ISO 12312-1 de 2015) considera 380 nanômetros a faixa de transmissão máxima do ultravioleta e consequentemente o espectro visível (a luz visível) começa a 380 nanômetros, portanto subtende-se que a proteção UV máxima sugerida pela normatização é de 380 nanômetros, já que de acordo com a normativa a luz visível inicia a 380 nanômetros. Conforme informei nos parágrafos anteriores, a Organização Mundial de Saúde em conjunto com a NASA e o FDA considera 400 nanômetros a faixa de transmissão máxima do ultravioleta e consequentemente o espectro visível (a luz visível) começa a 400 nanômetros, portanto subtende-se que a proteção UV máxima sugerida pela OMS, NASA e FDA é de *400 nanômetros, já a luz visível inicia a 400 nanômetros.

Tabela de requisitos para valor de proteção máxima UV extraído da ISO 1312-1 de 2015














Proteção UV - Exigência do Consumidor

Eu sempre me pergunto: se a Organização Mundial de Saúde e o FDA dizem que a faixa de UV vai até 400 nanômetros porquê existem normatizações que insistem nos 380 nanômetros?
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Levando em consideração as referências consultadas para dar base a esse artigo, em 2013 a normatização da proteção UV evoluiu no Brasil para *400 nanômetros, porém em 2015 a NBR ISO 12312-1 de 2015 (que substitui a NBR 1511:2013) retrocedeu para 380 nanômetros indo na contramão das recomendações científicas de maior credibilidade no mundo além da própria recomendação da Organização Mundial de Saúde.

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Quem trabalha com marketing enxerga nessa hora uma excelente oportunidade de lançar uma lente com super mega proteção UV. Qual proteção? *400 nanômetros é claro mas eu pergunto a você leitor: essa lente tem "super mega proteção UV" ou ela apenas cumpre com a recomendação da Organização Mundial de Saúde assim como varias outras lentes já existentes no mercado? O Blog do Paulus considera que não existe super proteção UV em lentes para óculos (referente a transmissão do espectro UV) e sim a proteção ideal que é a máxima pertencente a faixa recomendada pela Organização Mundial de Saúde que é 400 nanômetros.  
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Caso alguém lhe fale: "essa lente tem proteção UV405 ou 410 etc" isso não existe pois o UV vai até 400 nanômetros e acima disso existe luz azul, ai é outro tipo de proteção e não super proteção UV.

Assim como diz o filósofo "uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa", isso é, UV é UV e luz azul é luz azul. Caso a lente passe dos *400 nanômetros isso não significa que ela tem "super proteção UV" e sim a proteção UV ideal mais o controle de parte da luz azul.


Como provar que uma lente possui *UV400?
Exemplo de equipamento para teste de UV

Infelizmente a maioria dos equipamentos que medem proteção UV que algumas ópticas possuem não tem homologação dos institutos de medida mas servem como parâmetro para observar principalmente se a lente atinge 100% de proteção a *400 nanômetros pois os sensores desses equipamentos são calibrados para medir 100% a 400 e caso alguma lente a 380 seja colocada, o aparelho irá acusar que a mesma não obteve a pontuação necessária (400).
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Lembrando que as lentes que protegem a 380 manômetros estão seguindo as normatizações vigentes e as que protegem a 400 além de cumprir com a normatização brasileira, segue recomendações de importantes órgãos internacionais como o FDA e a Organização Mundial de Saúde. Cabe ao consumidor final escolher qual proteção é mais conveniente. 

Uma forma também de induzir a ótica a lhe vender uma lente UV 400 é solicitando ao seu médico oftalmologista que anote na observação da sua prescrição de óculos a exigência de "lentes UV 400".



Referências:

Organização Mundial de Saúde. Link: http://www.who.int/uv/en/

Equivalence between solar irradiance and solar simulators in aging tests of sunglasses - Autores - Mauro Masili e Liliane Ventura. Link: http://www.bv.fapesp.br/pt/publicacao/126446/equivalence-between-solar-irradiance-and-solar-simulators-in/

Associação Brasileira de Normas Técnicas. Link: http://www.abnt.org.br/


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Atenção: As avaliações de lentes progressivas contidas neste blog não são testes ou estudos clínicos, portanto não possuem metodologia clínica nem científica. As avaliações são opiniões pessoais do usuário Paulus Maciel que atribuiu notas para o desempenho das lentes progressivas no uso cotidiano, retratando o dia a dia de uma pessoa comum usando óculos.


Devido as avaliações não serem clínicas nem científicas e apenas cotidianas, as suas notas possuem caráter meramente informativo e opinativo. Cabe ao leitor Blog do Paulus considerar ou não relevante a opinião pessoal de Paulus Maciel.

A liberdade de expressão relativa a opinião de Paulus Maciel é assegurada pelo artigo 5, inciso IX da constituição da república federativa do Brasil que destaca:
"IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 


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